Autor:
Redação
Seção:
Charge & cartum
Publicado em:
10 de Janeiro de 2025
Tempo de leitura:
2 minutos

Fernanda Torres exibe seu prêmio pelo filme "Ainda estamos aqui" que impulsiona o debate público sobre a ditadura de 1964 (foto divulgação)
Nós, chargistas, também estamos aqui!
Por: Redação
Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático por Ainda estou aqui interpretando o papel de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado e desaparecido político Rubens Paiva, uma das muitas vítimas da ditadura militar implantada no país com o golpe de 1964.
A obra é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens, e narra as agruras de Eunice em busca de informações sobre o desaparecimento do marido e foi dirigido por Walter Salles, o mesmo realizador de Central do Brasil cuja personagem principal era interpretada por Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, também indicada em 1998 para concorrer ao Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático, fato que foi devidamente relembrado durante a premiação no dia cinco de janeiro deste ano.
Apesar de a narrativa privilegiar o drama familiar e não ser focado prioritariamente no ambiente repressivo da época este envolve todo o filme, o que torna esta película um dos grandes dramas políticos do cinema brasileiro. O sucesso nas bilheterias e agora o prêmio contribuem significativamente para o debate público e dão visibilidade aos horrores da ditadura, principalmente por que este sucesso ocorreu às vésperas dos atos alusivos aos dois anos da vitória sobre a tentativa de golpe ocorrida em oito de janeiro de 2023. Tudo isto nos faz acreditar no papel público, político e social da arte para transformar nossas vidas.
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Duas atrizes, dois momentos
Mãe e filha, duas atrizes marcantes na história da cultura brasileira, foram retratadas por Nei Lima; inicialmente a Fernanda, filha, no filme Marvada Carne, de 1985, em caricatura da época,e a Fernanda, mãe, nos dias de hoje.