Autor:
Redação
Seção:
Charge & cartum
Publicado em:
22 de Janeiro de 2025
Tempo de leitura:
3 minutos

O governo Trump se instala sob o signo da dúvida e da desconfiança (Foto: RS/Fotos Públicas)
Vai sobrar Trump para chargistas em 2025
Por: Redação
Donald Trump na segunda-feira, 20 de janeiro de 2025 assumiu a presidência dos Estados Unidos em segundo mandato (o primeiro foi entre 2017 – 2021) e iniciou a gestão radicalizando ainda mais suas posições reacionárias; reafirmou as promessas de campanha de perseguir imigrantes, anexar territórios de outros países, retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo Climático de Paris.
A nova administração Trump, de extrema direita, vai rejeitar qualquer hipótese de cooperação Internacional para tentar responder às emergências globais - clima, guerras, migrações - que se multiplicaram nos últimos anos. A extrema direita é hostil à diplomacia e ao diálogo.
Giancarlo Summa (Jornalista e cientista político)
Como é comum em todo grande evento ocorreram cenas pitorescas como a da família Bolsonaro, Michelle (esposa) e Eduardo (o filho que também é deputado do PL por São Paulo) que ficaram fora do Capitólio onde se realizou a cerimônia de posse; foram barrados no baile protagonizando mais um capítulo ridículo da tragicomédia do fascismo tropical que, apesar de tudo, continua bem e apoiando Trump.
A radicalização do trumpismo 2.0 acende um sinal de alerta no mundo democrático pois, se não bastasse a retórica belicista e as medidas reacionárias, gestos simbólicos como os feitos por seus apoiadores Elon Musk e Steve Bannom que se assemelham à saudações nazistas chamam a atenção.
O segundo governo Trump aponta para um futuro não muito promissor mas, se isto serve como consolo, não faltará matéria-prima para a realização das charges políticas.
Trump contra os quadrinhos
Texto: José Augusto (Guto) Camargo
Entre as ações que a administração Trump pretende implantar está o aumento da taxação sobre a importação de produtos e serviços. Apesar do motivo alegado ter como objetivo incentivar a produção local a proposta na verdade esconde uma visão imperialista algo tosca ao afirmar que os americanos “sustentam” o resto do mundo e devem portanto ser recompensado por isto. Entre os alvos principais da medida estão o vizinho Canadá e a potente economia chinesa.
Esta medida pode aumentar o preço dos gibis e graphic novels vendidos nos EUA pois, segundo levantamento do The Comics Journal, 24,1% dos quadrinhos que circulam no país são impressos na China, cuja atual taxa de importação de 7,5% passaria para 100%, e o segundo fornecedor é exatamente o Canadá, com 13,8%. As gráficas norte-americanas respondem por uma parte pequena da impressão das HQs, apenas 20,75%, o que significa que a nova taxação seria um verdadeiro terremoto para as editoras.
Outro problema apontado por editores é que a indústria gráfica dos EUA não possui a mesma qualidade da de outros países para produzir livros de histórias em quadrinhos, especialmente títulos coloridos com cores extras, papel especial, capa dura, brilhos e outros recursos. Josh O'Neill, editor da Beehive Books afirma: “Não há capacidade para produzir livros como estes na América, e essa capacidade não poderia ser facilmente reconstruída. Tem menos a ver com custos de mão de obra do que com máquinas e conhecimentos que simplesmente não existem para publicar livros de alta qualidade”.
Tudo indica que as historias em quadrinhos também serão atingidas pelos desvarios novo presidente
Clique na imagem para ampliar