A amazônia fica sem os desenhos de Biratan

Autor:
Redação

Seção:
Desenhistas

Publicado em:
10 de Novembro de 2021

Tempo de leitura:
2 minutos

A amazônia fica sem os desenhos de Biratan

Por: Redação

Faleceu no dia 10 de novembro o chargista, jornalista e escritor paraense Ubiratan Nazareno Borges Porto - Biratan, devido a um câncer no pâncreas. Nascido na cidade de Castanhal em 29/10/1950, formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Pará em 1978, deixa os filhos Nairá, Tomás, Adelmo e um neto, Heitor. Atuando na área do humor e artes gráficas, Biratan ainda encontrava tempo para de dedicar a outra paixão; a música, tocando bandolim em um conjunto de choro.

O chargista publicou nos dois maiores jornais do Pará; por 23 anos consecutivos no jornal A Província do Pará (entre 1978 e 2001) e depois em O Liberal. Em 2020, quando completou 70 anos, Biratan comemorou com o lançamento do livro “Biratan, Um Traço no Tempo - 40 anos de humor & Artes visuais”, uma coletânea de sua produção que envolve pintura, charges caricaturas, ilustração, retratos, quadrinhos, tiras e máscaras feitas em papel mache, uma das técnicas originais que desenvolvia. Biratan tem oito livros publicados e mais de 28 prêmios em salões nacionais e internacionais (foi o primeiro sul-americano a ganhar o prêmio International Cartoon Festival of Knokke-Heist, na Bélgica).

O jornalista Ricky Goodwin, colaborador da revista Pirralha, assinala que Biratan foi um dos participantes fixos do Projeto Humor em Geral, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), que fornecia uma página inteira de cartuns para jornais em todo o país.

A Ecologia, sempre foi um de seus temas preferidos, sendo que ele foi o criador do Salão Internacional de Humor da Amazônia que chegou a completar dez edições - de 2008 a 2018 - mas acabou sendo cancelado por falta de patrocínio; a última edição contava apenas com a verba da Secretaria de Cultura do Estado. Em uma entrevista o artista lembrou que a primeira charge que publicou na Província do Pará se referia a ecologia.

“O cartunista perdeu muito espaço dentro dos jornais pelas próprias transições que os jornais estão passando para a fase digital. Na Europa e Estados Unidos isso já é uma realidade, aqui no Brasil ainda é uma transição. O chargista perdeu espaço físico, mas ganhou uma tribuna dentro da internet. Ele pode criar o seu blog e pode criar uma página e se manifestar até com mais liberdade do que dentro dos jornais, sem que exista uma autocensura ou por causa da linha editorial dos jornais, que faz com que o chargista caminhe para dentro do padrão estabelecido”

Depoimento do autor publicado no jornal O Liberal, em 17/08/2020

Biratan, 1000Ton e Guidacci - Tomando umas no Largo do Machado, no Rio de Janeiro (acervo 1000Ton).

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Foto: Facebook do artista