Charges ao sobe e desce das marteladas

Autor:
Redação

Seção:
Charge & cartum

Publicado em:
18 de Março de 2023

Tempo de leitura:
2 minutos

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, ensaia seu teatro em leilão do Rodoanel

Charges ao sobe e desce das marteladas

Por: Redação

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) encerrou o leilão do Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas em cerimônia na Bolsa de Valores de São Paulo na terça-feira (14 de março) batendo freneticamente sete vezes o martelo e o atirando ao chão em seguida. Tudo não passaria de um ato teatral para chamar a atenção da mídia se não fosse as desconfianças levantadas sobre a forma como se deu o leilão e sobre a empresa vencedora (na verdade, o termo leilão encobre uma forma de privatização onde o vencedor assume a gestão da estradas por um determinado período e passa a ser remunerado cobrando o pedágio dos usuários)

A concessão do trecho havia sido suspensa judicialmente atendido pedido da Associação Brasileira de Usuários de Rodovias sob Concessão (Usuvias) que alegava que o processo não havia cumprido todas as etapas legais, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), suspendeu os efeitos da liminar na manhã da terça-feira e o leilão ocorreu no período da tarde. Como se não bastasse esta polêmica, a empresa vencedora, a Via Appia Infraestrutura, é um fundo de investimento sem qualquer experiência em engenharia ou construção de estradas que agora tem três anos para finalizar a obra.

Parlamentares dos partidos de esquerda na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (PT-PCdoB-PV) questionaram o resultado e pretendem questionar o resultado no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) pois "Um fundo de investimento não é uma empresa de engenharia, não tem expertise", declarou o deputado Paulo Fiorilo (PT) ao site noticiosa 247. E para deixar a situação ainda mais nebulosa o jornal Valor Econômico afirmou que a vencedora terá como parceiro "estratégico" no projeto o grupo Bertin, que pediu recuperação judicial em 2017 com uma dívida de cerca de R$ 7 bilhões envolvendo nove empresas e que não pode participar do leilão em razão destas dificuldades financeiras.

Como se vê, uma história bem enrolada e um prato cheio para os chargistas.