Espiritual e artístico unidos na vida de Pelicano

Autor:
Redação

Seção:
Desenhistas

Publicado em:
22 de Agosto de 2022

Tempo de leitura:
3 minutos

Espiritual e artístico unidos na vida de Pelicano

Por: Redação

Foi em um domingo, 21 de agosto, que César Augusto Vilas Boas, que assinava suas charges como Pelicano, sofreu, aos 70 anos, um infarte devido a complicações causadas por uma pneumonia e morreu na cidade de Ribeirão Preto (SP). Chargista do jornal A Tribuna desde 2007 ele havia fundado há cerca de 30 anos no quintal de sua chácara na cidade a Igreja Rainha do Céu (Centro da Fluente Luz Universal Pedro Nunes Costa) – na qual tinha o título de grão mestre – onde seu corpo foi velado. Pelicano nasceu em 5 de agosto de 1952 em Jandaia do Sul (PR) e era irmão do também chargista Glauco Vilas Bolas (1957 – 2010)

A carreira de Pelicano ultrapassou em muito os limites de Ribeirão Preto; seus trabalhos foram publicados em O Pasquim, Folha de S. Paulo, Jornal da Unesp, Correio Popular de Campinas e Jornal Comércio de Jahu, na revista Prato Feito e desenvolveu charges animadas para a EPTV Ribeirão. Sua passagem pelo Salão de Humor de Piracicaba foi antológica com nada menos que quatro premiações consecutivas (1978, 1079, 1980 e 1981).

O chargista também colaborou com seus trabalhos para várias publicações sindicais, principalmente na região de Ribeirão Preto, como o jornal dos trabalhadores do Correio e da Associação dos Médicos Residentes do HC.

A lembrança pontual que me ocorre do Pelicano é a de um rapaz bonito, com cabelo cacheado pelos ombros que, entre outras gentilezas, desenhou minha sombra na areia da praia. Foi durante um encontro de cartunistas com líderes  operários na colônia de férias do sindicato dos  metalúrgicos em Praia Grande, SP, lá pelos anos de 1980. Ficou a vontade de ter continuado a amizade. Antes disso, Pelicano e Glauco tinham aparecido na redação do Bicho, na Cinelândia. Crau d'O Bicho.

O Jornal A Tribuna, por ocasião da morte do cartunista publicou uma reportagem onde esclarece que o apelido “Pelicano” surgiu quando estudante na faculdade de engenharia civil no Centro Universitário Moura Lacerda, nos anos 1970. Um colega de classe resolveu chamá-lo de “Tucano” devido ao tamanho de seu nariz, mas, como não conseguiu nenhuma imagem daquele pássaro acabou colando na parede do quarto a de um pelicano: “Quando eu entrava na sala, o pessoal agitava: ‘Olha o Pelicano!’ Aí pegou, eu até gostei e comecei a assinar os cartuns assim”, disse o artista.

A Revista Pirralha recebeu estes desenhos em homenagem ao colega Pelicano

Caó

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Mário

O Evangelho da floresta

A Igreja Rainha do Céu faz parte do movimento religioso do Santo Daime que teve início na floresta amazônica no início do século XX. A doutrina teve início quando Raimundo Irineu Serra teria recebido a aparição de Nossa Senhora da Conceição após ter tomado a ayahuasca (vinho das almas) na região de Basiléia, Acre. O Santo Daime (nome pelo qual ficou conhecida a bebida) foi criado pelos povos indígenas a partir de duas plantas, o cipó Jagube (banesteriopsis caapi) e a folha Rainha (psicotrya viridis) ambas nativas da floresta tropical.

Veja mais informações sobre o Santo Daime AQUI.

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Imagem de abertura: foto usada na divulgação da exposição do artista na Casa do Arquiteto (Ribeirão Preto) em novembro de 2014, autor não creditado.