Autor:
Redação
Seção:
Desenhistas
Publicado em:
9 de Julho de 2023
Tempo de leitura:
3 minutos
Carol (ao centro) em um encontro de chargistas mineiros (foto acervo do desenhista Alves)
Cuspindo fogo contra os reacionários
Por: Redação
Na manhã de domingo, quatro de julho, a cartunista Carol Cospe Fogo morreu em um hospital de Belo Horizonte aos 40 anos. A artista sofreu uma parada cardíaca por cerca de 20 minutos e precisou ser internada em uma UTI onde permaneceu por alguns dias mas, depois de constatada sua morte cerebral os aparelhos foram desligados com o consentimento da família. Carol Andrade, mineira de Belo Horizonte, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1983, morou no Rio de Janeiro e havia voltado para sua cidade natal havia poucos anos. A artista trabalhou em agências de publicidade como diretora de arte e ilustradora.
Autodidata e canhota, manteve uma grande produção de contundentes charges políticas que publicava nas redes sociais fazendo jus ao seu nome artístico (uma de suas últimas produções pode ser vista no destaque), além disto, também publicou na revista independente A Zica, no Jornal da Faculdade de Direito UFMG e no livro Mulheres e Quadrinhos, da Editora Skript (2019). Entre seus colegas de desenhos a notícia causou verdadeiro choque sendo que o grupo CartuMinas avisa que está organizando uma mostra homenagem aberta a cartunistas de outros estados para lembrar da companheira Os integrantes da Revista Pirralha também se somam à homenagem relembrando os bons momentos em que estiveram juntos.
Carol Andrade, vulgo Cospe Fogo
Por Bira Dantas
Ainda outro dia brinquei dizendo que ela cuspia chumbo derretido, que é bem mais difícil. Carol foi premiada pela AQC-SP em 2019 e recebeu o Troféu Angelo Agostini de melhor Cartunista em votação popular. Produtiva demais. Inteligente demais. Artista demais. Comprometida demais. Muito jovem, foi retirada de nosso entorno, este entorno das charges e cartuns que fazem a gente rir e chorar. De raiva ou tristeza. A gente teimou em não aceitar sua partida, a lembrança da sua amizade e simpatia estão tão vivas na lembrança, desdizendo uma notícia tão triste como essa. Ativa e radioativa, fazia charges pertinentes e impertinentes. Com graça, mostrava e denunciava nossas desgraças, bem como comemorava nossas vitórias. Até 22 de junho estava ativa nas redes. Publicando e gritando os desmazelos que nosso país está enfrentando desde o golpe contra a Presidenta Dilma, prisão injusta de Lula e uma campanha terrível promovida pelos fascistas tupiniquins. Sua voz e sua arte ajudaram a trazer de volta nossa combalida Democracia. Carol fará falta. Muita. Mas seguirá voando com outro querido que é Zé Celso Martinez como a Fênix voando pelos céus, iluminando as gentes brasileiras e suas lutas por um Brasil mais inclusivo e solidário.
Ykenga, lembrando da amiga:"Carol Cospe Fogo passou para outros estágios Cósmicos. Vai na fé minha cumadre Carol !!!
Genin: "A presenteei com o meu livro e ela fez esta dedicatória super carinhosa."
Homenagem a uma pirralha que incomoda
Carol Cospe Fogo deixou sua marca no mundo das charges brasileiras e vários de seus colegas que integram a Revista Pirralha se uniram para esta homenagem.
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