Humor é desdenho, quer que eu desenhe???

Autor:
Redação

Seção:
Desenhistas

Publicado em:
27 de Janeiro de 2022

Tempo de leitura:
2 minutos

Humor é desdenho, quer que eu desenhe???

Por: Redação

O gaúcho Santiago lança um novo livro de cartuns; Caderno de desdenho, apresentando trabalhos criados nos últimos 30 anos para eventos internacionais - alguns premiados - com "cartuns universais", ou seja, "de entendimento em qualquer parte do mundo e em qualquer época", explica o autor.

O livro, que do cartunista que comemora 47 anos de profissão, tem o designer da capa feito pelo seu filho, Bernardo Abreu e, nas palavras do próprio Santiago, apresenta o que ele fez de melhor em sua carreira.

A Revista Pirralha publica, em primeira mão, o prefácio da obra onde o autor explica o seu "desdenho":

Eu desdenho com muito empenho da hipocrisia e sua miopia, do cinismo sem abismo, das convenções da sociedade com maldade, do preconceito sem respeito e do ódio de qualquer jeito.

Da concentração de riqueza e sua torpeza, das ditaduras, disfarçadas ou puras, do pensamento fascista e seus genéricos histéricos, das babaquices em geral (e as do general!). Do racismo, primo irmão do banditismo, da homofobia e seu cão guia, que é o machismo assassino, seu amado concubino.

Do adepto leonino da terra plana - o cretino - e das burrices consagradas, aceitas e empedradas. Da direita sempre estreita, com sua péssima receita, que só com os ricos deita, nos palácios, com suspeita.

Das teocracias de más crias, que só vingam na bacia da ignorância vazia, tudo que a má fé ansia. Do pieguismo sem lirismo, com sua baba melosa que gruda tal qual ventosa, como lente cor de rosa.   

Do consumo suicida sufocado em tanta tralha que a tudo imundicia, emporcalha, caga na mesa e na toalha, que vai tomando o jeito suspeito de um pano de mortalha.

Enfim - o humor é vida, de alegria bem prenha, e a essa não se desdenha, nem sequer se baixa a lenha, como a vaca que se ordenha!!! 

Santiago

Neltair Rebés Abreu (Santiago) nasceu em Santiago do Boqueirão (RS) em 14 de setembro de 1950. Em 1970, mudou-se para Porto Alegre e trabalhou como desenhista técnico até 1973 quando ingressou no curso de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1975, profissionalizou-se como ilustrador e chargista no jornal Folha da Tarde e como colaborador do jornal Correio do Povo e consolidou sua carreira com diversas participações - e premiações - em salões nacionais e internacionais.

SERVIÇO

Caderno de desdenho

Formato: 20 x 20 cm

138 páginas, papel couchê fosco colorido

Editora: Libretos, Porto Alegre, RS 45,00 + R$ 10,00 de correio. Encomendas podem ser feitas pelo email macanudosantiago@gmail.com