Autor:
Redação

Seção:
Noticiário geral

Publicado em:
20 de Maio de 2024

Tempo de leitura:
3 minutos

Santiago, um dos cartunistas mais premiados do Brasil comenta a tragédia das chuvas em seu estado (foto: arquivo Guto Camargo)

Por: Redação

As fortes chuvas que castigaram o Rio Grande do Sul desabrigaram e causaram prejuízos para milhares de pessoas, como não podia deixar de acontecer, a situação do estado foi objeto de várias charges que denunciaram as falhas administrativas que antecederam a tragédia e o descaso das autoridades locais para com as mudanças climáticas.

Dentre as charges, uma em particular, a desenhada por Jean Galvão, serviu como combustível para hordas bolsonaristas acusarem a imprensa e o autor de ser insensível frente ao sofrimento popular além de tentar desgastar o governo federal. O estopim da polêmica foi o comentário da professora Lilia Schawrcz que considerou a obra – um desenho onde uma menina pedia ao irmãozinho que parasse de chorar para não subir o nível das águas – como inadequada ao momento.

Alguns chargistas já se manifestaram sobre este ocorrido (Ver AQUI ) mas o gaúcho Santiago, diretamente envolvido na situação, encaminha suas charges sobre o assunto, comenta o ocorrido e envia um recado aos colegas pelas páginas da Revista Pirralha.

Este é o desenho que fiz na enchente do ano passado, a mesma obrigatória ideia de relacionar água com lágrimas (Fernando Pessoa já havia feito isto em poesia)

"Burrice de quem viu ofensa na ótima charge do Jean Galvão, um artista que se revelou nos últimos tempos um dos grandes talentos do desenho de imprensa. Lamentável que uma intelectual como Lilia Schwarcz não consiga entender que charge não é sinônimo de blague ou escracho! Terrível essa tendência de pensarem sempre que charge tem de ser obrigatoriamente humor de escracho! O leitor de cara, antes de ver o teor (ou como dizia o grande Brizola, TIÔR) da mensagem já acha que vai encontrar um deboche, esquecendo que uma boa percentagem das charges são poesia ou pura reflexão!"

"Amigos, estamos bem, Veríssimo e Vasques vivem na parte mais alta da cidade, bairro Alto Petrópolis. já eu vivo na Cidade Baixa, onde tudo alagou, o rio foi ate a esquina da minha casa e diante das minhas orações (reza de ateu é a mais forte que existe!) parou ali. De qualquer forma me refugiei na prais de Torres onde temos um cantinho. Agora só tenho que ter cuidado com os tsunamis."
Santiago

Atingidos pelas águas

Entre os atingidos pela fúria das águas há também um contingente de cartunistas e quadrinhistas. Foi pensando nisto que Guilherme Smee, integrante da Diretoria da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial, levantou uma lista com dez artistas e cinco editoras/estúdios afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul:

Entre os quadrinhistas estão:

• Alexande Richinitti
• Diego Gerlach
• Felipe Xavier
• Gabriel Kolbe
• Júlia Albertini
• Kezia Trentini
• Luciano Ribeiro
• Marcelo Grisa
• Rafael Fritzen
• Talita Grass

A relação de entidades é composta por:

• Brasa Editora
• Da Rosa Estúdio
• Dínamo Estúdio
• Editora Hipotética
• Tai Editora

Pelas redes sociais Guilherme iniciou uma campanha de ajuda elencando as formas de ajuda possível; a) diretamente fazendo um PIX para os autores, b) comprando quadrinhos online pelas plataformas digitais ou c) reforçando as iniciativas de financiamentos coletivos pelo Catarse e outras plataformas.