Morre Delfim Neto, o economista chargeado!

Autor:
Redação

Seção:
Charge & cartum

Publicado em:
15 de Agosto de 2024

Tempo de leitura:
2 minutos

Delfim Neto (1928-2024), em 1979 no retrato oficial como ministro da Agricultura; um economista no regime militar

Morre Delfim Neto, o economista chargeado!

Por: Redação

Delfim Neto, morto aos 96 anos no dia 12 de agosto de 2024, foi um economista prestigiado pelos governos autoritário desde os primórdios da ditadura (em 1968 foi um dos signatários do Ato Institucional nº 5 que endureceu ainda mais o sistema acabando com qualquer ilusão democrática), ocupou, entre outros cargos na máquina pública, o de Ministro da Fazenda (1967/1974), Agricultura (1979) e Planejamento (1979/1985), além de Deputado Federal por cinco mandatos. A rigor, um grande tecnocrata ouvido inclusive pelo governo progressista do presidente Lula.

Durante a década de 1980, no auge de seu poder político (não por acaso foi apelidado de czar da economia) e com o país dando seus primeiros passos na redemocratização com a chamada “abertura lenta e gradual” os chargistas davam sua contribuição militante em charges políticas onde o todo poderoso Delfim Neto era presença constante. Naquela época ele foi, certamente, o político mais “caricaturizado” e "chargeado' do Brasil.

Sua presença nas páginas de humor gráfico dos jornais era tamanho que ele mesmo passou a colecionar as charges em que aparecia. O chargista Nilson afirma que Chico Caruso vendeu um de seus originais para Delfim Neto, o que não teria sido aprovado pelo irmão, o também chargista Paulo Caruso. Outra alusão a esta coleção peculiar foi feita pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto no texto “Delfim: o ogro do milagre”, publicado em seu blog em novembro de 2014 e republicado agora por ocasião da sua morte:

“É fácil caricaturar Delfim, por sua condição física de gordo e simbólica de ogro. Ainda assim, os humoristas mantêm uma tinta de verniz civilizado quando traçam sua figura. Daí ele colecionar em molduras 20 caricaturas, distribuídas pelo seu escritório, como se fossem imitações de animais empalhados, que caçou ao longo da sua vida pública.”

Lúcio Flávio Pinto

Os chargistas da Revista Pirralha recuperaram algumas de suas charges da época para figurar ao lado de novos desenhos feito por ocasião da morte do economista.

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Fausto Bergocce - Folha de S. Paulo, 1984


Guto Camargo - X Salão de Humor de Piracicaba, 1983

Bira Dantas - 1985


Bira Dantas - 1985

Charges atuais


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