Autor:
Redação
Seção:
Charge & cartum
Publicado em:
19 de Agosto de 2024
Tempo de leitura:
2 minutos
Sílvio Santos em atividade em seus antigos programas de auditório onde começou a erigir sua propria TV (foto divulgação SBT)
Sílvio Santos não vem mais aos domingos na TV
Por: Redação
Senor Abravanel (12/12/1930 – 17/08/2024), descendente de judeus, morreu aos 93 anos em São Paulo. Trata-se, na verdade, da identidade secreta do empresário e comunicador Sílvio Santos que começou a vida profissional como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, sua cidade natal, e, devido a sua desenvoltura e boa voz, tornou-se locutor de rádio. Em 1954 entra para a rádio Nacional de São Paulo e começa a trabalhar com Manoel de Nóbrega, conhecido radialista que era também dono da empresa Baú da Felicidade. Sílvio Santos passa a ajudar o amigo na empresa da qual se torna proprietário em 1959. Em 1961 estreia seu programa na TV Paulista, que posteriormente se tornaria a TV Globo.
O Baú da Felicidade nada mais era que uma loja que vendia produtos por meio de carnês mensais os quais davam a possibilidade de concorrer a prêmios e a reaverem o valor pago em produtos. A partir do Baú o homem de negócio e comerciante (condição que na prática nunca abandonou) começa a consolidação do seu império econômico que culmina com a criação da sua própria TV em 1975, inicialmente a TVS, com o Canal 11, do Rio de Janeiro que depois se tornaria uma rede nacional com o SBT.
Sílvio Santos é tido como um dos maiores comunicadores da história da TV brasileira, mas como empresário tem uma trajetória muito mais controversa; suas concessões na radiodifusão teriam sido fruto de seu relacionamento com os poderosos da ditadura militar, é acusado de manipular demagogicamente a pobreza em seus programas de auditório e de emitir considerações preconceituosas e racistas em seus quadros. Ele administrava sua TV alterando a programação a seu bel prazer, “brincando de fazer TV”, conforme diziam alguns críticos, além de, segundo outros, “copiar" programas de outras emissoras, principalmente estrangeiras. Nos últimos anos se aproximou do governo Bolsonaro e o seu genro, Fábio Faria, foi ministro das Comunicações, apesar disto, não se afastou definitivamente dos governos petistas.
O apresentador também esteve envolvido no escândalo da quebra do Banco PanAmericano, a acusação de fraude contábil resultou na condenação de sete integrantes da diretoria por má gestão mas Sílvio Santos, proprietário, foi poupado e o banco acabou vendido para o BTG Pactual em 2011. O Grupo Sílvio Santos sobreviveu ao choque e hoje seus negócios englobam além da TV um hotel, uma empresa de cosmético e empreendimentos imobiliários, entre outros.
Por estas e outras é que os artistas da Revista Pirralha resolveram se debruçar sobre a vida e a obra de SS
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