Autor:
Redação

Seção:
Memória

Publicado em:
4 de Março de 2023

Tempo de leitura:
3 minutos

O artista em seu estúdio (acervo pessoal - retirado de seu Instagram)

Por: Redação

Paulo José Hespanha Caruso, o Paulo Caruso, um dos maiores cartunistas do Brasil, morreu na manhã deste sábado (4), em São Paulo, aos 73 anos por complicações de um câncer de cólon. Ele é irmão gêmeo do também cartunista Chico Caruso, com quem atuou em dupla por diversas vezes, principalmente quando produziam em seus bem-humorados espetáculos musicais onde tocava piano e cantava fazendo uma mistura de humor, música e um pouco de teatro (a Muda Brasil Tancredo Jazz Band, uma banda só de cartunistas deixou saudades), o chargista Aroeira, que tocou com Paulo Caruso nos shows da banda escreveu aos amigos da Revista Pirralha: "Meu irmão e colega de palco e publicações por 30 anos..."

Nascido na cidade de São Paulo em 6 de dezembro de 1949, era formado em Arquitetura pela FAU - USP, ele não seguiu carreira e começou como chargista no Diário Popular em 1960 e desenvolveu sua carreira atuando em diversos veículos de comunicação como O Pasquim, e as revistas Careta, Senhor e IstoÉ e se tornou ainda mais conhecido por desenhar charges ao vivo durante as entrevistas do programa Roda Viva, na TV Cultura (SP), desde sua estreia em 1987 até a pouco tempo, o quanto sua saúde permitiu.

Paulo Caruso publicou vários livros, com destaque para a história em quadrinhos As Origens do Capitão Bandeira, 1983, que figuram ao lado das coletâneas de charges políticas como Ecos do Ipiranga (1984) e Bar Brasil na Nova República (1986). Além disso escreveu também São Paulo por Paulo Caruso - Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade (2004), em homenagem aos 450 anos da cidade.

Sua morte foi lamentada pelos amigos e diversos fãs que apreciavam sua obra, inclusive o pelo presidente Lula que divulgou uma nota oficial.

“Paulo Caruso foi um grande desenhista e cronista político, com uma criatividade inesgotável, retratou com talento e consciência o dia-a-dia que constrói nossa história recente. O seu traço veloz e seu humor já são parte da memória nacional. Contribuiu com seu talento na luta pela democracia e por um país com direito à liberdade de expressão. Meus sentimentos ao seu irmão, Chico, aos seus familiares, amigos e admiradores”

Luíz Inácio Lula da Silva

A revista Pirralha também presta sua homenagem ao companheiro de traço

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Aroeira

Caó

Guto Camargo

Fernandes

Quando era calouro de jornalismo, eu assinava a IstoÉ, na época editada pelo Mino Carta, e a última página era sempre Avenida Brasil, uma charge feita pelo Paulo Caruso em forma de HQ que ocupava a página toda, me influenciou bastante. Eu recortava sempre, assinei a revista por quatro anos, depois veio o livro dele reunindo esses trabalhos.

Zé Dasilva

Ykenga

Ykenga

Mário

Nei Lima

Trilho

Bira Dantas

Paulo Capilé

1000ton

"Na viagem que fizemos ao Salão de Desenho de Imprensa de S. Just le Martel , França em 1995 (ou seria 96 ?) Paulo Caruso editou um caderno com seu diário de viagem e me presenteou com uma copia bem encadernada que  guardo com cuidado. Esta é minha caricatura, impressionante a soltura que tinha para desenhar direto sem esboço." Santiago