Autor:
Redação
Seção:
Desenhistas
Publicado em:
8 de Outubro de 2021
Tempo de leitura:
2 minutos
Brasil perde o humor de Nani para o coronavírus
Por: Redação
Mais um cartunista faleceu vítima da Covid-19, desta vez foi o mineiro Nani (Ernani Diniz Lucas), nascido em Esmeralda, região metropolitana de Belo Horizonte, em 27 de fevereiro de 1951. Nani tinha 70 anos e fazia parte do grupo de risco pois já havia feito três transplantes de fígado. O desenhista havia retornado para sua cidade natal para se isolar do vírus, mas, mesmo assim, acabou contaminado e devido aos problemas preexistentes não resistiu após uma semana de internação e faleceu na manhã do dia 8 deixando dois filhos, Juliano e Danilo, uma neta, a Manuela, e a mulher, Inez.
Conhecido no mundo dos quadrinhos pela tira Vereda Tropical, Nani teve uma carreira bastante diversificada, começou em Belo Horizonte aos 20 anos mas em 1973 já estava no Rio de Janeiro onde publicou em O Pasquim, O Globo, Jornal dos Sports, Última Hora e O Dia, além de escrever roteiros humorísticos para a Rede Globo, notadamente para os programas do Chico Anysio. Outra faceta de Nani era a de escritor, autor de livros infantis e coletâneas de suas charges.
Mas, para os amigos do traço o que melhor definia a sua personalidade era o bom humor constante; ele mesmo se intitulava ironicamente como “um poço de comorbidades”. Um momento onde ele exerceu com maestria sua verve humorística aconteceu quando fazia parte do júri de um festival de humor em Porto Seguro ao lado de outros artistas como os irmãos Caruso e Luís Fernando Veríssimo, mas foi ele que acabou subindo ao palco e improvisando um verdadeiro stand up para alegria dos presentes. Outra de suas características, além da generosidade (o que é sempre assinalado por quem o conheceu), era a facilidade e rapidez com que trabalhava as ideias para um desenho, o que fazia dele um dos chargistas mais produtivos de sua geração, além de engraçado.
As homenagens da Pirralha
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"O Nani era realmente um dos caras mais engraçados que conheci e olha que nos conhecemos desde o Pasquim" Miguel Paiva
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"Ver, todos os dias, as várias sacadas do Nani era meu esporte favorito" Frank
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"Ele tinha um alcance de dar inveja aos outros chargistas. Que falta vai fazer a arte e pensamento desse mestre do nosso humor tupiniquim" Alex Ponciano
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O mais criativo, o mais prolífico (ele não gostaria de ser chamado de prolífico,rs), o mais engraçado de todos nós" Fernando Melado
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"São raros os cartunistas que te fazem rir ao nível da gargalhada. Mas no Nani seu desenho escrachado, bagunçado e tortinho já era garantia de riso" Santiago
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"Nossos encontros eram uma risadaria só, nossas conversas ao vivo ou por telefone nunca duravam menos de uma hora" Nilson
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Foto de abertura: Arquivo pessoal do artista