Autor:
Redação
Seção:
Desenhistas
Publicado em:
12 de Agosto de 2022
Tempo de leitura:
2 minutos
Sempé exercitou a leveza em seus desenhos
Por: Redação
Dono de um traço mundialmente famoso o francês Jean-Jacques Sempé nasceu em 17 de agosto de 1932 e morreu em 11 de agosto aos 89 anos. A morte foi anunciada pela sua esposa, Martine Gossieaux que não esclareceu o motivo, mas, segundo seu biógrafo e amigo Marc Lecarpentier, o artista morreu “pacificamente (…) em sua residência de férias, rodeado pela sua mulher e amigos íntimos” (foto ao lado; Wikipédia não creditada).
Sempé publicou dezenas de álbuns, praticamente um por ano (o último foi lançado em 2015, Sincères amitiés – Anizades sinceras), produziu inúmeras ilustrações para a revista The New Yorker, L'Express, entre outros jornais franceses e criou, em 1960, o personagem Petit Nicolas, em parceria com René Goscinny. Sua última exposição retrospectiva aconteceu em 2019, no museu Mer Marine em Bordeaux com o título "Sempé en liberté" com 300 desenhos, incluindo inéditos.
Sempé era filho adotivo e teve uma infância difícil. Seu pai era vendedor e a mãe vivia brigando com o marido: “Toda a minha vida - quando criança - ouvi minha mãe censurar meu pai pelo fato de ele não conseguir encontrar outro trabalho além do trabalho miserável que ele tinha. [...] Sempre foram brigas, sempre discussões, sempre dívidas, sempre movimentos rápidos.”, como relata no livro Enfances, de Marc Lecarpentier.
Mas estes contratempos de infância não tornaram o autor uma pessoa amarga, pelo contrário, antes mesmo se se tornar um dos grandes nomes da ilustração almeoui ser pianista de jazz mas sua veia artística o dirigiu para as artes plásticas onde seus trabalhos transbordaram uma doçura que encantou os leitores com humor fino, ironia e uma visão sutil sobre os problemas do mundo.
Os artistas da revista Pirralha reverenciam o grande artista
Sempé foi um dos maiores do cartum mundial. Poeta do traço, sua obra era de pura poesia e crônicas maravilhosas do cotidiano. Influência de muitos cartunistas no Brasil, eu, inclusive, devo muito ao jeitão Sempé de cartunear!
Santiago
Guto Respi
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O Sempé não fazia charge política, fazia cartuns, era um cronista...mas no Maio de 68 foi para a rua e apoiou os estudantes realizando uma cobertura jornalística do movimento através de cartuns em seu livro L'Information consommation. A obra é um manifesto uma reportagem de uma força que só o desenho poderia fazer.
Nilson
Guto Camargo
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Foto de abertura de Bernard Blanc. Exposição "Sempé en liberté, no Musée Mer Marine, Bordeaux, França em 2019 (sob liçença Creative Commos).