Autor:
Redação
Seção:
Noticiário geral
Publicado em:
27 de Junho de 2024
Tempo de leitura:
2 minutos
Atena Farghadanim, artista e ativista iraniana, mostra uma de suas obras pelas quais é perseguida (Foto: NCRI Women's Committee)
Charge e militância levam artista iraniana à prisão
Por: Redação
Atena Farghadani é uma jovem chargista, cartunista e artista plástica iraniana de 37 anos que, em 13 de abril de 2024, foi detida pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica quando pendurava uma charge na Avenida Pastor onde se localiza o palácio presidencial em Teerã. Ela foi condenada pela pelo Tribunal Revolucionário de Teerã a um total de seis anos de prisão; cinco por “insultar o sagrado” e um por “propaganda contra a República Islâmica”. Segundo denúncias de seu marido, que a visitou na prisão de Evin, conhecida por encarcerar estudantes e intelectuais. Ela teria sido vítima de maus-tratos e havia marcas em seu rosto.
Atena Farghadani é uma ativista que há anos desafia o regime teocrático iraniano com sua arte. Ela já havia sido detida em agosto de 2014 por publicar uma charge (reproduzida abaixo) onde criticava a proposta de lei que restringiria o acesso ao controlo da natalidade das mulheres e o direito ao divórcio e libertada sob fiança. Um ano depois, em agosto de 2014, foi condenada a 12 anos e nove meses por “espalhar propaganda contra o sistema”, “insultar membros do parlamento através de pinturas”. Após a pressão pública, uma campanha internacional e uma carta conjunta assinada por dezenas de cartunistas, grupos de direitos humanos e apoiadores Farghadani, teve sua sentença reduzida para 18 meses e foi libertada da prisão em 3 de maio de 2016.
Com esta nova prisão tem início outra campanha internacional pela libertação da artista onde as entidades Artists at Risk Connection (ARC), PEN America, Cartooning for Peace, Cartoonists Rights e Freedom Cartoonists Foundation escreveram uma carta aberta onde exigem sua libertação imediata. A carta, em inglês, pode ser lida AQUI
“O compromisso da cartunista e ativista Atena Farghadani em defender os valores democráticos em meio a repressão mais severa mostra uma coragem incrível. Estamos muito preocupados com a segurança dela, considerando a brutalidade e as acusações com que é confrontada. Tudo deve ser feito para sua libertação imediata”
Trecho da carta conjunta divulgada pelas entidades de cartunistas
A entidade de defesa da liberdade de expressão Pen America, em sua página na internet, relata que Farghadani passou por uma experiência verdadeiramente kafkaniana; em agosto de 2015 quando se encontrava encarcerada ela foi acusada de manter “relação sexual ilegítima sem adultério” com Mohammad Moghimi, seu advogado que lhe apertou a mão durante uma visita na prisão. No entanto, em 16 de janeiro de 2016, Farghadani e Moghimi foram absolvidos do crime de aperto de mão não sem antes a artista ter sido submetida a um “teste de virgindade” e de gravidez em 12 de agosto de 2015.
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Texto foi escrito a partir das informações divulgadas pelas entidades signatárias do documento citado