Autor:
Redação

Seção:
Ponto de vista

Publicado em:
2 de Janeiro de 2023

Tempo de leitura:
2 minutos

Por: Redação

Autoria: Crau da Ilha

Hoje acordei iluminada de um jeito diferente e amanheci ouvindo batidas metálicas. Devia ser o desmonte de alguma coisa na praça, que não vi. Como não vi nem o clarão dos fogos que espalharam mais gases-estufa ao espocarem nas redondezas embora tenha escutado os estampidos... e muitos outros ruídos estrondosos como os que vêm de caixas de som superdimensionadas.

Levantei-me e reparei que a luz do sol estava incidindo muito clara e intensa.

A clareza do dia contrastou com a escuridão salpicada de luzes natalinas quando o cortejo de carros celebrava o ano novo com pulsações ensurdecedoras: mesmo tendo perdido um papa e um rei, o mundo não achou tempo nem para um segundo de silêncio.

A cidade ainda está bem cheia e movimentada e o sol insiste na sua transversalidade.

A claridade extraordinária neste momento do dia me levou a pensar que -- ao ingressar neste quadrante do universo por onde perambulou no ano passado com tantas explosões de pólvora ao seu redor com alegações pacifistas ou bélicas -- a Terra pode ter sofrido mais uma súbita inclinação de seu eixo de modo que o sol ora se apresenta um pouco mais perpendicular aos nossos olhos.

E o que será da vida neste mundo com o bambolear deste pião cósmico? Será que o eixo em algum momento passará pelos atuais trópicos, que já não seriam mais trópicos mas trôpegos polos, ora gelados, ora tórridos, de um planeta ovo/ OVNI do universo a deslocar-se tresloucadamente capotando sobre si mesmo por obra e graça dos seres que o habitam?

Penso que já passou da hora de mudarmos nossos hábitos. Tem de ser uma mudança tão envolvente e apaixonada como a dos sertanistas Bruno e Don, para recuperar a pureza do planeta.

Nós, chargistas, nos reunimos nestes anos sob o propósito de derrubar Bolsonaro e isso já acabou. Qual será o nosso novo propósito?

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Fotos: arquivo pessoal de Crau da Ilha